Que outro modelo você lembra de ter começado a aparecer para as revistas especializadas com coberturas plásticas sobre quase todo o exterior? Depois de todo esse suspense que incluiu permitir revelar o interior só agora, finalmente chega o mais novo Hyundai do mundo. Lembrar que se trata de um projeto feito exclusivamente para o Brasil serve como perfeita prévia da importância que esse carro tem para os planos dos coreanos para o nosso mercado. Aqui você saberá o que ele traz para cumprir esse papel de tanta importância.
Já se sabe que sua produção sairá da fábrica da Hyundai em Piracicaba (SP), mas vale lembrar que essa iniciativa ganha destaque porque é o primeiro passo efetivo da Hyundai em busca da consolidação como uma das marcas de vendas mais expressivas do Brasil. É o caminho que Honda e Toyota percorreram no começo dos anos 1990, Citroën, Peugeot e Renault no começo da seguinte e Chery, JAC e Nissan trilham agora. Todas ainda estão longe de ameaçar as Quatro Grandes do país, mas já apresentam números expressivos. Mas para fazer isso é preciso um modelo de volume, que no caso do Brasil é um popular por causa da altíssima aceitação que esses modelos têm por aqui. Porém, a Hyundai merece destaque porque deixou de vez no passado a atitude de vinte anos atrás, quando importava carros de desenho insosso e sem nenhuma vantagem palpável frente à concorrência. Dessa vez ela lançou um produto de grande carisma, que tem altas chances de obter ótimos números de vendas, no patamar que hoje é alcançado pelo Nissan March, mas evitando os problemas deste em suprir sua demanda porque o HB20 não sofre com as cotas de importações do México ou mesmo com ter a produção dividida com a destinada a outros mercados.
Ele já demonstra garra no exterior, ainda que sem se valer de inovações. As linhas não deixam dúvida que ele abusa da tendência de escultura fluida que o Sonata inaugurou em 2009, apostando em vincos fortes e recortados, com um estilo que transpira esportividade e lhe faz passar a agradável sensação de lembrar os irmãos maiores, mas sem se parecer demais com eles – o Azera, por exemplo, usa uma interpretação mais sóbria desse estilo. O único dissabor que isso acarreta é que o HB20 vai ser um carro de altas vendas, então esse estilo tende a ficar banalizado com rapidez por causa da exposição excessiva. Mas não se pode negar que ele é muito mais atraente que o i20 vendido na Europa, carro que lhe empresa a plataforma. O nacional não compartilha nenhuma painel externo com ele, e isso se vê em que o modelo vendido lá fora parece muito mais comportado ao lado do nosso. Aliás, ele é homenageado no final do nome HB20, em que HB é sigla para “Hyundai Brasil”. O modelo nacional tem planos de receber ainda uma variação sedã e outra crossover, com vendas restritas ao Brasil pelo menos neste primeiro momento. O hatchback será a estrela da marca no Salão do Automóvel de São Paulo, mas estará exposto ao lado de uma versão conceitual com apelo off-road, para testar a recepção do público.
Como era de se esperar, a cabine também recorre a causar boa impressão através de inspirar-se nos modelos mais caros da marca. Estão lá as várias linhas fluidas, que além de usar detalhes prateados e iluminação azul, usaram um detalhe que não é difícil de implementar, e que quando presente, colabora para uma sensação muito agradável: repare que o console central não é tão estreito, mas aparenta bastante altura. Valorizar as verticais nesta peça remete aos carros de luxo, em geral porque eles a têm unida à parte entre os bancos. O ambiente passa a parecer mais sério, com um toque de formalidade que ajuda os ocupantes a esquecer que se trata de um carro de baixo custo. Situação oposta ocorre com Fiat Uno e o futuro também rival Toyota Etios, cuja diferenciação dos demais se faz procurando causar sensações diferentes. Sob o capô, este carro usará duas opções já bem conhecidas: o Grupo Hyundai-Kia lhe beneficia com dois motores flexíveis: o menor é o 1.0 de três cilindros e doze válvulas estreado no Picanto, e gera até 80 cv de potência e 10,2 kgfm de torque, enquanto o 1.6 16v é parente do usado no Veloster, e exatamente o que leva o Soul brasileiro: chega a 128 cv e 16,5 kgfm. Este último pode trazer câmbio automático de quatro marchas, mas a opção padrão é manual de cinco. Como este Hyundai não é trazido pela Caoa, uma ótima notícia é que ele trará oito opções de cor, incluindo metálicas e perolizadas.
Dos 3,9 m de comprimento, 2,5 m do HB20 são de entre-eixos, e até aí ele fica na média dos rivais. A diferença está no porta-malas, que com 300 litros lhe deixa no topo. A gama de versões parte da Comfort 1.0, que agrada por trazer airbag duplo, ar-condicionado, computador de bordo e direção hidráulica por R$ 31.995 – com o 1.6 se somam freios com ABS e EBD e detalhes internos cromados, por R$ 36.995. A Comfort Plus soma alarme, chave canivete e vidros elétricos ao 1.0, que fica em R$ 33.995, e soma ao 1.6 alarme e vidros e travas elétricas, ficando em R$ 38.995. Já a Comfort Style agrega ao 1.0 freios ABS, rodas de alumínio de 14”, retrovisores elétricos e sistema de som multimídia, entre outros, passando a 37.995; no 1.6 se somam farois de neblina, retrovisores elétricos e rodas de 15” por R$ 42.995 – o Comfort Style 1.6 automático fica em R$ 45.995. Por último fica a versão Premium 1.6, que soma bancos em cinza, farois cromados, painel em dois tons, rodas de alumínio aro 15”, sensores crepuscular e de estacionamento e volante em couro por R$ 44.495, com o câmbio automático levando a R$ 47.995. Dar o nome da categoria a essa versão de topo foi uma forma muito deselegante de a Hyundai expressar até onde quer levar sua novidade, mas só o mercado dirá se o HB20 terá toda essa versatilidade.
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